quarta-feira, 14 de julho de 2010

Construir...

Esses dias, notei uma construção muito peculiar, era construída com o tempo e demorava para ficar pronta, o alicerce era feito com um 1º beijo, as paredes com carinho, o revestimento de muita conversa, mas nem sempre ficava como o desejado, ai vem as mudanças, discussões e parede muda dali, chão muda aqui, assim a construção se preparava para o fim, sobre tempestades, chuva e sol, nada parava essa construção e de repente quando nada parece realmente abalar, vem um terremoto e deixa-a toda rachada e sensível, haja trabalho para a reestruturação da mesma.
Notei também que muitas pessoas passavam por ela como se tivesse vários funcionários, cada um com seu tempo necessário para deixar sua marquinha nessa construção. Já o proprietário, escolhia os funcionários, porem, não tinha o real motivo para contratar um ou outro e algumas vezes ele se enganava e a construção ficava prejudicada, outras vezes os funcionários nem ao menos tinham tempo de mostrar serviço, mas para todos sempre existiu alguma explicação.
Os anos passam e essa construção nunca termina, ela é sempre abalada por uma coisa ou outra, é funcionário que some, ou que reaparece, falta de mão de obra ou matéria prima, pois é, a matéria prima dessa construção deixa qualquer um com vontade de construir ou ser dono de uma construção dessa, ela é feita com o mais puro dos sentimentos, o amor, muitas vezes desprezado, outras idolatrado, sem forma ou explicação a construção tem seus momentos de alta e baixa, de crise, de estagnação ou de muita rapidez e empolgação.
Ela nunca para, não para nunca.
O dono sempre procura a perfeição dela, porem, se ele não for lá colocar tijolos por si, nada ficara como ele deseja, não se pode depender dos funcionários, eles não sabem o que o dono quer, não sente e nem vê as coisas como o próprio dono. O dono também não pode construir sozinho, já que a maneira de pensar de outras pessoas pode mudar totalmente a visão do dono e melhorar a sua pequena construção.
É eu sei que com tudo isso parece uma baita construção, mas não, essa construção tem mais ou menos o tamanho da sua mão fechada, porem, é a única que sente o carinho e o afeto ou a mágoa e a tristeza. Apesar da grande importância que tem essa construção, não podemos julgá-la por escolher mal seus funcionários e sim, aproveitar ao máximo o processo de construir, porque ao final, a construção fica pronta e a gente? A gente morre!